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PROJETO MOONWALK-CAMINHO NA LUA

O encontro entre corpo e paisagem

Caminhante, são teus passos

o caminho e nada mais;

Caminhante, não há caminho,

faz-se caminho ao andar.

Ao andar se faz caminho,

e ao voltar a vista atrás

se vê a senda que nunca

se voltará a pisar.

Caminhante, não há caminho,

mas sulcos de escuma ao mar.

A. Machado

O projeto Moonwalk é um laboratório artístico itinerante em plena natureza. Durante um ciclo lunar, percorremos a pé territórios distantes e desconhecidos, imersos completamente nas paisagens que atravessamos.

A viagem, caminho iniciático, se transforma lentamente em uma criação singular, fruto do encontro de 15 artistas de diversos países e disciplinas e também de suas relações com o entorno.


A dança sai da cena para ir mais longe, aos corredores dos teatros, às ruas, ao mato, aos morros, aos caminhos mais distantes. Quando a dança sai do seu entorno originário, ultrapassa a frontalidade do cenário. Às vezes, inclusive, transcende a horizontalidade e a leveza. Questiona seu caráter de espetáculo e de performance; caem por terra os códigos da escritura. Levar a dança para além dos cenários e teatros para redescobrir o corpo e retornar à uma dança orgânica, ritual, pessoal e inspirada no cotidiano.


Nós, artistas que participamos deste projeto, queremos explorar a relação do corpo com o entorno; o corpo como entorno em si mesmo, o ecossistema e a paisagem exterior e interior. Queremos refletir sobre o conceito de limite, incluindo sua aplicação na dança e o entendimento dos possíveis mecanismos para gerá-la.


A cadência dos nossos passos nos leva à uma outra época: ao tempo no qual os primeiros seres humanos exploravam o mundo, à época das grandes peregrinações, ao momento presente. A dança que surge a cada instante revela nossa maneira de estar no mundo, e nos recorda do diálogo necessário com todas as forças viventes, com a matéria e o invisível.


Uma epopéia selvagem e sagrada, desde os mais distantes cumes até o mar, das montanhas aos vales profundos, atravessando florestas, trilhas, rios, aldeias e cidades.


Uma plêiade orgânica que revela os segredos de mitos ancestrais e o dia a dia dos povos que viveram nessas paisagens.

Uma aventura que questiona a nossa relação com a terra, a natureza, as construções humanas, o grupo; que permite extrair o ato criador, o ato transformador e nutrir nossa dança mediante a imersão total na paisagem. Uma exploração que também permite abrir novas percepções, recriar caminhos para habitar o mundo que nos rodeia, mergulhar no desconhecido e recorrer ao subconsciente.


Oferecemos nossa dança aos lugares que atravessamos e às encruzilhadas que encontramos. Este projeto é uma oportunidade fantástica para realizar colaborações artísticas e compartilhar descobertas em aldeias e refúgios, que verão passar um grupo de caminhantes pouco habituais.

É uma experiência multidisciplinar: artes plásticas e visuais, videodança e exploração sonora serão também ferramentas de trabalho que os integrantes do grupo compartilharão durante o trajeto.

A ideia surgiu do encontro entre o coreógrafo e dançarino francês Anis Quazzani e a dançarina e performer espanhola Ainara López.

Em setembro de 2016 foi organizada a primeira residência: 15 artistas de 10 países.

O trajeto: de Ariège até o Mediterrâneo (300 km)

A segunda edição do projeto aconteceu entre agosto e setembro de 2017. O grupo de 9 dançarinos percorreu a distância entre Loures e Hendaya. Nessa ocasião, participou do encontro o diretor catalão Jordi Arqué, que entre ficção e poema audiovisual, filmou um documentário da aventura dançada que incluía a residência final e as performances.

OBJECTIVOS

– Desenvolver uma pesquisa profunda e livre em torno da dança através de uma constância durante todo o caminho percorrido, estabelecendo uma relação corpo a corpo com os elementos da natureza

– Criar espaços para refletir sobre a criação coreográfica em lugares incomuns ou em lugares singulares que respondem a interesses históricos, patrimoniais ou ambientais.

– A experimentação e a criação de novas dinâmicas grupais e de vida coletiva é um dos pilares fundamentais deste projeto. Através de enfoques verbais e não verbais, tentaremos desenvolver um teatro de proporções reais e de grandeza natural, onde a memória, os sonhos e as emoções constituirão as matérias primas.

– Realizar filmes híbridos de documentário, ficção e poema audiovisual que seja testemunha do projeto.

– Potencializar os encontros, a pesquisa e a colaboração entre artistas do mundo inteiro, em um espaço tão particular como o da performance e da dança. O processo criativo permitirá um diálogo aberto entre culturas e a possibilidade de futuras colaborações.

- Oferecer xs artistas participantes um espaço de pesquisa frutífero e sem precedentes que amplie suas práticas.

– Promover uma aproximação respeitosa e criativa acerca do patrimônio histórico e natural, rumo a uma ecologia mais intuitiva e menos dogmática. Salientar a responsabilidade do ser humano com a natureza.

– Dinamizar a vida cultural das regiões que perpassamos, mostrar a sua riqueza de maneira poética.

– Reinventar e descobrir outros jeitos de ser no mundo, com a dança e a arte como linguagens.

– Dividir a experiência vivida durante a viagem por meio de encontros, performances e através da difusão do filme.

– Repetir cada ano a experiência em diversas regiões do mundo, conseguindo, assim, aprofundar ainda mais nas temáticas de pesquisa.

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